Diário de Bordo - Jonas

 

10/09/2006 – Cabanga – Pracinha de Boa Viagem

Fomos novamente treinar futebol na quadra. O pai nos ensinou um jogo chamado “gol-a-gol”, que é bem legal para treinar chutes à distância e bem divertido. Depois fomos nos refrescar na piscina. O “refresco” durou a tarde toda! A piscina estava ótima e nós brincamos e nadamos muito. Mais tarde, fomos na pracinha de Boa Viagem, onde comemos uma maravilhosa tapioca na feirinha que existe lá. Vimos várias barraquinhas da feira e lojinhas da praça, passando em uma ótima sorveteria. Voltando para o barco, fui dormir pregado.

 

11/09/2006 – Cabanga – Porto de Galinhas

O passeio de hoje foi para um lugar paradisíaco: Porto de Galinhas. Chegamos lá a uma e meia da tarde, depois de duas horas de ônibus. O lugar me lembrou muito a praia do Forte de Salvador, porém, as jangadas velejando, dão um toque especial na paisagem. Fiquei impressionado com a agilidade dos jangadeiros nas manobras, usando o leme como remo para dar os bordos. Outra coisa que achei interessante foram os orelhões e esculturas em formato de galinhas, espalhados por todos os cantos. Fomos mergulhar, porém a água estava turva e com muita correnteza. Quando voltei para terra, houve uma forte pancada de chuva, que sumiu tão rápido quanto apareceu e fez a maior “molhaceira” nas roupas. Almoçamos em um excelente restaurante e fomos super bem atendidos. Pegamos o ônibus de volta e passamos no Extra para comprar um presente de aniversário adiantado para a Lu, que faz aniversário dia 15. Voltando ao Fandango, dormi pesadamente.

 

12/09/2006 – Cabanga – Extra – Capitania dos Portos de Pernambuco

Acordei furioso! O pai não nos acordara para levar a Lu no aeroporto! Aí fiquei sabendo que eles acordaram as 4:30 hs da manhã para ir até lá. Trabalhamos um pouco no “Fandas” e fomos para a Capitania dos Portos de Pernambuco, de carona com o Jorge, outro irmão do Roberto Neves. Como estávamos adiantados, demos uma voltinha pelo quarteirão, que é super bonito. Há vários casarões em estilo colonial, como o próprio prédio da Capitania. Quando deu o horário, fomos nos encontrar com o Comandante Lara, que foi Delegado dos Portos de São Sebastião. Ganhamos um belo boné da Capitania e fomos para o Extra fazer compras. Jantamos lentilha no Fandango e dormi.

 

13/09/2006 – Cabanga

Fomos comprar extintores de incêndio novos logo depois do café. Logo depois voltamos para o barco, onde trabalhamos bastante e fizemos uma vistoria da Marinha. Passamos! Passar nessa vistoria era a única pendência que faltava resolver para participar da Refeno, ou seja, estamos dentro!!! Quando íamos almoçar, apareceram as examinadoras da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para fazer outra vistoria. Passamos também nessa e finalmente almoçamos. À noite, nós jogamos “Uno” (jogo de cartas) nas mesinhas do Cabanga para relaxar e dormimos depois desse dia de trabalho.

 

14/09/2006 – Cabanga – Olinda

Acordei às 5:00 hs da manhã. O Márcio, um super amigão nosso lá de São Paulo chegou e vai correr a Refeno com a gente! Ele trouxe para nós uma máquina fotográfica novinha e ainda melhor que a outra (que agora está toda “esculhambada”), que agora é minha! Conversamos bastante e o Márcio e o pai foram dormir um pouco. Eu estava totalmente “elétrico”, então comecei a faze um barquinho de plástico. Uma hora depois ele estava pronto para navegar! Foi o meu recorde de contrução! Descemos para o clube e fomos direto para a piscina. Como o barco andava de lado, foi só trocar a vela e pronto. Pegamos um ônibus para Olinda. Passamos ao lado de um enorme gerador eólico e descemos no centro histórico de Olinda. Passeamos muito e vimos uma linda vista do porto de Recife, do alto de uma ladeira. Comemos uma excelente tapioca (uma não, duas e meia cada um!) e vimos uma bela igreja que há lá. Ainda compramos sete coletes salva-vidas novos em uma loja de náutica. Voltamos para o Cabanga, brincamos um pouco e dormimos.

 

15/09/2006 – Cabanga – Extra

Depois do café da manhã, descemos em terra, tomamos banho (depois de brincar na piscina) e ficamos esperando chegar a equipe da Globo que ia fazer uma reportagem conosco. Fizemos a reportagem no barco, conversando e em clima descontraído, ao contrário do que achei que seria. Mal saiu a equipe da Globo, apareceu o repórter Celso, do “Jornal do Comércio” para fazer outra entrevista. Esta foi também no barco e em clima igualmente descontraído. Ao final desta, outra equipe (desta vez da “Folha de Pernambuco”) veio fazer mais uma reportagem!!! Caramba, desse jeito vamos ficar famosos rapidinho! Após essa última, fomos fazer as compras no Extra. No “Fandas”, nós conversamos com o pessoal do Nativo, indo dormir logo depois.

 

16/09/2006 – Cabanga

Dia de diversão! Construí um barquinho para a Patrícia, da secretaria do Cabanga, que tinha encomendado. Depois fomos para a piscina e conhecemos o Ângelo (brasileiro), um garoto super legal, e uma menina e sua mãe, alemãs que moram num barco. Nos divertimos muito o dia todo, nadando, mergulhando e brincando com barquinhos. Ainda bati umas belas fotos de cima da escada do tobogã, pegando toda a paisagem. O almoço foi torta de camarão, picanha (e muita picanha!) e farofa, os dois últimos feitos pelo pai. Uma delícia! Fiz o meu diário, tomei banho e dormi.

 

17/09/2006 – Cabanga

Fomos para a piscina logo depois da chegada de vários barcos: Passárgada (Fast 395), Arizon (escuna) e o Radum (Fast 345), do Valmir, que ficou bem do nosso lado! Eu estava levando o meu barquinho, que teve o mastro quebrado no transporte! Bem, paciência. Nadei bastante e fui fazer um “safári” de fotografias pelo clube. Bati várias fotos de barcos e do clube, que estava cheio de jangadas que iam correr uma regata. Depois, o “Nativo” foi descido a água e nós fomos comer uma feijoada ótima. Seis reais a criança, doze o adulto e a comida era à vontade! Comi até não agüentar mais! Mais à noite, nós fomos jogar futebol, com várias crianças (de 8 a 13 anos) que estavam no campo. Eu estou bem melhor do que pensava! Tomei um banho e fomos no Radum, já a meia-noite, para assistir a nossa matéria da Globo! Ficou super legal!!! Depois da sessão TV e pipoca (“pochoclo”, segundo um argentino tripulante do Radum), fui dormir exausto.

 

18/09/2006 – Cabanga

Logo cedo nós conversamos com o Cavalo marinho e com o Beduína no rádio! Eles devem entrar lá pela uma hora da tarde. Depois fomos brincar na piscina e ficamos lá até eles chegarem. Também conhecemos o Jesse e Riley, do veleiro “Tess”, amigos do Nick. Quando todos desceram, fomos novamente para a piscina e ficamos brincando muito com os barquinhos. Mais à noite, jantamos em um restaurante japonês e, com pratos, potes e bandejas de isopor, fizemos vários barquinhos e os botamos para correr a “Mini Trans-Pisciânica” (ou seja, travessia da piscina pequena). Fizemos cinco regatas dessas, sendo que eu venci três e a Talita duas! Foi muito divertido! O meu barco se chamava “Só Prato”, porque, afinal de contas, era só um prato com um “hashi” espetado nele. Voltei para o barco felicíssimo, apesar de cansado, por ter reencontrado amigos.

 

19/09/2006 – Cabanga

Reformei o “Só Prato II” (acrescentei o “dois” por causa da reforma) e fui para terra. Assisti uma palestra bastante interessante sobre meteorologia e fui para a piscina. Fui várias vezes no tobogã com a Carol, a Talita e o Nick. O Jesse e o Riley também foram muito no tobogã conosco. Foi super legal!!! Quando chegou o Hugo, a Talita e a Carol pediram para que ele fizesse um catamarã com o dobro do tamanho do “Só Prato” e área vélica absurdamente grande! Pensei: “estou lascado”. E estava mesmo. As duas regatas que nós fizemos foram vencidas pelo catamarã com grande vantagem!!! Vimos ainda uma gigantesca maquete de transatlântico, com motor, luzes, timão e até piscina que enche!!! No final, até o projetista do navio foi ver a regata! Depois reformei o “Só Prato II”, que agora virou “Só Prato III” e fomos jantar no Beduína. O jantar foi sensacional e eu aproveitei para conhecer o “Plânkton”, veleiro de alumínio do velejador Fabinho. O barco é sensacional!!! Parece até uma miniatura do “Parati 2”!!! Ficamos até tarde no Beduína e vim para o Fandango dormir.

 

20/09/2006 – Cabanga

Desci rápido em terra e fui testar o “Só Prato III”. Ele está tão rápido que parece que voa!!! Treinei bastante e fui para a piscina grande. Brinquei muito no tobogã com o Jesse e o Riley. Continuamos brincando a tarde toda na piscina. Mais tarde, começou o churrasco de aniversário do Hugo! Conversei muito, brinquei muito e, logicamente, comi muito. No começo, o Hugo demorou para aparecer, mas quando chegou foi uma festa! Ajudei o Fabinho a construir um trimarã de latinha de cerveja chamado “Eletrólise” (dois cascos de aço e um de alumínio) para a regata. Ele ficou super legal, com cruzetas e tudo. Cantamos parabéns para o Hugo e fizemos uma regata de três barcos: o “Só Prato III”, o “Eletrólise” e o “Mar”, do Nick. O “Só Prato III” venceu, seguido pelo “Mar” (segundo) e o “Eletrólise”. O prêmio foi dos melhores: bolo!!! O Fabinho deu o “Eletrólise” e eu dei para ele um super trimarã novinho em folha, de garrafa pet. Voltei exausto para o barco, mas mesmo assim, fiz um clone do “Só Prato III” para o “Pochoclo” (apelido) , argentino super engraçado, tripulante do Radum.

 

21/09/2006 – Cabanga

Logo que acordei fomos encontrar o Edu, nosso quinto tripulante da Refeno, no clube. Conhecemos também a Tânia, uma moça super simpática, e nós ficamos um bom tempo conversando. Daí a pouco apareceu o Antonio Carlos, dono da enorme escuna Horizonte (lá da Ilha). Conversamos um pouco e, logo em seguida, fui conhecer a Horizonte!!! Revi o “Zóio” e o Maguila, que havia conhecido em Aratu, e conheci o Fabrício, filho do Antonio Carlos, que é super legal. A escuna é gigantesca!!! É toda bem equipada, confortabilíssima e, de quebra, linda! As enormes catracas são todas manuais e os moitões são de madeira, bem como os mastros, dando um aspecto de antigo ao barco. Quando voltei para terra, fui direto para a piscina. Brinquei muito no tobogã e na água com a Talita, a Carol e o Nick, além do Jesse e do Riley quando chegaram. Mais tarde tomei banho e me arrumei, pois hoje é dia de festa!!! A festa da Refeno teve várias apresentaçãoes de danças locais e regionais, como o frevo e o maracatu, a comida era de primeira e a música era ótima! Brinquei muito e voltei ao barco acabado.

 

22/09/2006 – Cabanga - Extra

Dia de muito trabalho. Primeiro fomos no Extra, onde fizemos compras para um tempão e eu cortei o cabelo. Ficamos três horas no mercado, mas saímos de lá carregadíssimos. Já de volta ao Cabanga, ajudei o pai e o Márcio a colocar as coisas no barco e em seguida fui para a piscina brincar. Brinquei de pega-pega na água, tobogã e muito mais com o Nick, a Carol, a Talita, o Jesse e o Riley, tomando a ótima água de coco do clube. Que vida mansa! À noite, jantamos no restaurante japonês e eu fiz um verdadeiro estoque de pratos de sushi para fazer barcos. Em seguida fui dormir.

 

23/09/2006 – Recife – Travessia Recife-Noronha

Acordei quando já estávamos no canal do porto de Recife esperando a largada da Refeno! Nossa largada foi às onze horas, com um monte de gente no marco zero e no quebra-mar assistindo. Largamos muito bem e passamos vários barcos logo de início. Passando o quebra-mar, reparamos que a vela estava meio rasgada, mas mesmo assim continuamos andando bem. Ao dobrar a bóia de saída, a vela rasgou de vez e nós perdemos duas horas costurando-a. Apenas um barco da nossa classe não nos passou: o lentíssimo “Tuiuiú-Rio”, que ficou para trás logo que içamos a mestra costurada. O resto do dia foi de ótima velejada, andando rápido para compensar o tempo perdido com a vela. O vento estava ótimo e o mar também, proporcionando ótimas velocidades. Fomos ultrapassados por um Delta 36 e por um Tor 12.5, este último do mesmo estaleiro do Fandango. À noite fui dormir exausto.

 

24/09/2006 – Travessia

Logo cedo fui fazer o turno com o Edu. Ainda haviam vários barcos à vista e logo nós estávamos alcançando um. Fiquei surpreso ao ver que era o “Mila”, um lindo veleiro sul africano de 40 pés ou mais, com toda a cara de ser rápido. Passamos o Mila e continuamos navegando o dia todo. À noite vimos umas luzes estranhas no mar, provavelmente colônias de nocti-lucas, parecendo relâmpagos. Além disso, levamos um grande susto com um golfinho que apareceu de repente e logo sumiu. Depois disso fui dormir.